terça-feira, 7 de março de 2017

O tamanho do coração

O meu filho tem revelado ao longo do tempo que tem diferentes capacidades mediúnicas, uma das que me apanhou de surpresa e me deixou a pensar foi a capacidade de ver o coração da pessoa.

Certo dia estávamos em casa nas nossas rotinas, tínhamos acabado de chegar da escola, e por algum motivo que não me recordo nesse dia eu estava especialmente irritada. 
Estava com a sensação que ao mínimo toque eu explodiria em discussão acesa, e claro que isso acabou por acontecer… o filhote fez uma asneira normal de criança que acabou por me tirar do sério e como já estava em ponto de ebulição e comecei a discutir com o miúdo.

Depois de me deixar pôr tudo cá para fora ele olhou para o meu peito e com uns olhinhos tristes disse as seguintes palavras:
- Mãe… o teu coração está tão pequenino, não podes estar zangada mãe senão o teu coração fica assim pequenino. – e mostrou-me com as mãos dele o suposto tamanho que o meu coração teria naquele momento de raiva e discussão, era do tamanho de uma azeitona!

Naquele momento fiquei tão apanhada de surpresa e perplexa que a raiva subitamente desapareceu como se de areia a fugir pelos dedos se tratasse.

Sorri e disse: - Pronto, então vamos fazer as pazes para o meu coração voltar a ficar grande, pode ser?

Demos um longo abraço regenerador e perguntei-lhe como estava o meu coração ao que ele com um grande sorriso respondeu: - Está grande e lindo mãe, olha agora está assim, enorme… - e mostrou-me com as mãos que o meu coração estava do tamanho de todo o meu tronco e segundo ele com uma cor vibrante e cheia de brilho. 
Depois em modo professorzinho explicou-me que para tirar aquela raiva de nós só temos que rir, rir com vontade e sorrir e assim o coração não diminui.

É fantástico o poder que esta visão teve sobre mim em segundos, e penso como seria maravilhoso se todos tivéssemos essa capacidade, a capacidade de ver o coração uns dos outros em cada momento, quem sabe se o mundo não seria diferente, certamente seria um mundo mais consciente! Questiono-me se aquela pessoa sisuda que passa o tempo zangada com a vida se ia sentir confortável sabendo que tinha sempre um coração pequenino!

E também imagino o contrário, se será que vendo nós corações lindos e enormes noutras pessoas, mesmo naquelas que por vezes por algum motivo não gostamos muito, será que o facto de vermos nelas um lindo coração enorme e resplandecente não mudaria a nossa forma de as ver?

Questiono-me se esta capacidade maravilhosa que o meu filho me deu a conhecer não ajudaria a aumentar o amor incondicional em cada um de nós?


Curioso pensar nestas possibilidades, e mais curioso ainda é constatar que esta característica que acredito que seja algo normal para uma criança cristal, seja mais uma ferramenta com que estas crianças vêm munidas para ensinar a todos os que os rodeiam o que é o amor incondicional.

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