sexta-feira, 3 de março de 2017

Uma ajudinha dos anjos

O pai do meu filhote tinha alguns problemas com a coluna sendo frequente ter dores principalmente no fundo das costas, mas naquele dia as dores eram diferentes e bastante fortes o que incomodava bastante e até combinámos ir ao hospital ao fim do dia caso a dor continuasse. 

Eu estava já no trabalho nesse dia e o pai estava em casa com o nosso filhote para passarem um tempinho juntos antes de o levar para a escolinha. Nesta altura eu já tinha conhecimento que o Ferry era um anjo e já tinha comentado com o pai pois considerava uma descoberta tão importante que não queria guardar só para mim. 

O pai telefonou-me para brincarem comigo e para combinarmos a ida ao hospital quando eu chegasse pois as dores não passavam. No seguimento do que eu já lhe tinha contado sobre o ferry aproveitei e disse-lhe, “já que não acreditas no que eu te conto pelo menos tenta perguntar-lhe coisas sobre o ferry para ver se ele te conta a ti”. Ele concordou e com uma voz algo gozona perguntou: “então filho, diz lá onde está o Ferry agora?!” Eu estava do outro lado do telefone, ansiosa pela resposta, e fez-se um momento de silêncio porque o nosso filhote apontou para as costas do pai e respondeu: “o Ferry está aí por trás de ti, pai, está nas tuas costas a ajudar para tirar o teu dói-dói”. E esta foi a última e única vez que o nosso filhote falou sobre o ferry ao pai. De alguma forma ele nesse momento decidiu que não falaria mais destes assuntos com o pai. 

Só com o passar do tempo é que percebi que o meu filho consegue saber com quem pode ou não falar sobre anjos, de alguma forma ele sabe se a pessoa é aberta e se pode ou não confiar. Como o pai continua a ser bastante séptico em relação ao paranormal parei de contar-lhe o que acontecia fora do entendimento dele e continuamos a ter uma vida normal. Na realidade pouquíssima gente sabe que o meu filho consegue ver anjos, exteriormente é uma criança normal com brincadeiras e atitudes próprias da idade dele, a única diferença é que por vezes os anjos participam na nossa vida por intermédio desta criança especial.

Nesta altura eu não precisava de mais provas, estava convencida que o ferry devia mesmo ser um anjo, e era um anjo que cuidava de nós, era incrível como um menino de dois anos conseguia ver e falar tão naturalmente sobre algo tão fora do nosso entendimento e realidade.

Mesmo sem ter qualquer apoio ou compreensão por parte do pai nesse momento decidi que ajudaria o meu filho de todas as formas ao meu alcance para lhe proporcionar uma vida plena e normal dentro do possível. Pairava a dúvida no meu pensamento se deveria falar neste assunto com mais pessoas, se o meu filho contaria a mais alguém que conseguia ver anjos e mais tarde espíritos e até animais fantasma.

Nessa noite como já tínhamos combinado, como as dores não passavam resolvemos ir ao hospital para fazer umas análises e perceber o que provocava as dores. Demos entrada no rastreio das urgências e assim que o pai foi chamado para ir fazer análises como já era algo tarde e para não estar exposta com o nosso filho na sala de espera combinámos que esperaríamos por ele no carro que estava estacionado no parque do hospital num local bem próximo da sala de análises das urgências, ou seja, conseguíamos ver a entrada das urgências e a parede exterior que correspondia ao espaço onde estariam a fazer as análises. 

Estava no carro com um filhote eléctrico que não adormecia nem por nada quando ele olha pela janela, aponta com o dedinho e diz: “está ali o ferry mãe” perguntei onde e ele apontou para o tal espaço onde o pai deveria estar naquele momento e diz: está ali dentro ao pé do pai! Percebi que uma vez mais o anjo da guarda provavelmente do pai estaria a olhar por ele e de alguma forma a tentar aliviar as dores que ele estaria a sentir. 
Por outro lado fiquei perplexa como era possível o meu filho conseguir obter essa informação que significava que ele conseguia ver através da parede do hospital. Com o passar do tempo percebi que a visão do meu filho lhe permite ver num nível fora da nossa compreensão, mas o facto é que em certas circunstancias ele consegue mesmo ver para além de portas e paredes como aconteceu em outros episódios que descreverei mais à frente.

Sem comentários:

Enviar um comentário