O meu filho tinha cerca de
dois anos quando começou a falar mais corretamente, foi nessa altura que
começou a falar frequentemente de um tal “ferry”, dizia: “olha o ferry está
ali… o ferry disse assim… olha o ferry no corredor a rir…”
Ele até apontava com o
dedinho dele para o lugar vazio onde ele dizia que o Ferry estava.
No início não dei
importância porque dava no canal para bebés um programa com um coelhinho
chamado Harry que ele adorava e na pronuncia dele o Harry era Ferry pelo que me
levou a pensar que quando ele falava em Ferry estava a falar do coelhinho.
Começou a chamar-me a
atenção quando ele começou a falar repetidamente do que o ferry fazia, dizia ou
onde ele estava. Nessa altura pensei que se tratasse do amigo imaginário que
qualquer professora reconhece como possível e até vulgar, é algo considerado
normal para estas idades principalmente em filhos únicos que tentam arranjar
parceiro para as brincadeiras.
E o tempo foi passando
sempre com muitas histórias de ferry á mistura até que um dia algo me alarmou. O
habitual na minha rotina é eu preparar-me deixando o pequenote dormir mais um
pouco e só depois de estar pronta é que o vou acordar para o preparar para a
escolinha. Estava eu no banho, com o filho a dormir, quando o pequeno abre as
cortinas da banheira para conseguir falar comigo todo zangado e revoltado!
Tinha ele cerca de 2 anos. Puxou as cortinas e disse: “mãe eu estava a dormir e
o ferry fez assim na minha cara e acordou-me…” não entendi bem, ou não queria
acreditar no que ele estava a dizer e pedi para repetir e via-se que ele estava
mesmo incomodado. Mostrou-me como o ferry colocou as mãos nas bochechas dele e
o apertou acabando por o acordar. Fiquei num misto de surpresa e medo… como era
possível o suposto amigo imaginário ter tocado no meu filho ao ponto de o
acordar!? Bem se um imaginário tinha mesmo tocado no meu filho não devia ser
bem um amigo imaginário, algo se estava a passar. Acalmei o meu filho para ele
não ficar irritado nem com medo e expliquei que já estava na hora dele se
levantar para irmos para a escolinha e o Ferry só tinha ido acordá-lo.
Nota:
como pais e educadores de uma criança cristal é importante não negarmos o que a
criança nos está a dizer. Se o fizermos eles acabarão por perder a confiança em
nós e deixarão de nos contar aquilo que veem, aquilo que para eles é real
apesar de nós não conseguirmos ver. Como podemos dizer a uma criança que o
amigo imaginário não existe, que isso é imaginação deles quando eles estão a
ver com os olhos deles. Temos que dar o benefício da dúvida e mesmo que não
acreditemos devemos deixar em aberto a possibilidade que aquela criança
consegue ver algo que nós não conseguimos ver.
Passado uns dias desta
ocorrência foi quando fiquei a saber quem na realidade era o Ferry. O meu filho
estava a brincar no quarto dele e como é habitual estava a chegar a hora do
jantar e o quarto estava uma confusão com brinquedos espalhados pelo chão. Fui
dar uma mãozinha, afinal só tinha 2 aninhos, e comecei por pegar numas peças
que fazem parte de um livro para as encaixar. Trata-se de um livro de cenários
do presépio que tem as várias personagens destacáveis em cartão com as quais
podemos brincar ao teatrinho em cada página que se transforma num cenário. Foi
nessa altura que estando eu com uma das personagens na mão o meu filho com
olhos de surpresa e alegria disse: “olha o ferry, mãe!”. Perguntei onde estava
o ferry ao que ele respondeu: “aí na tua mão” quando olhei para a peça que eu
tinha na mão foi com um misto de surpresa e entusiasmo que vi que se tratava da
personagem que representava o Anjo Gabriel. Perguntei ao meu
filho se o Ferry que ele via era assim e ele disse que sim todo contente por
finalmente me poder mostrar o Ferry. Foi nesse dia que em parte com algum
alívio fiquei a saber que o amigo imaginário do meu filho afinal era um anjo,
talvez até o seu anjo da guarda.
Obviamente a partir desse
momento fiquei ainda mais interessada por tudo o que se referisse a anjos. Fiz
pesquisas e fui comprando todos os livros que encontrava sobre esta temática
para de alguma forma tentar perceber melhor até que ponto era possível o meu
filho conseguir ver e comunicar com os anjos. No meio da minha procura
encontrei um livro que me deu uma grande ajuda na compreensão do que estava a
acontecer, esse livro foi o “Anjos nos meus cabelos” da autora Lorna Byrne.
Nada como ouvir relatos de uma adulta que consegue ver e comunicar com os anjos
naturalmente desde criança para perceber que o que estava a acontecer com o meu
filho era especial, mas acima de tudo era normal para estas crianças conhecidas
como Cristal.
E a realidade é que depois de
este meu despertar as experiências nunca mais pararam, e até aumentaram de
frequência sendo até invulgar ter dias em que nada acontecesse.
Nota: O pai
do meu filhote é bastante séptico, é de ver para crer. Só mais tarde percebi
que por instinto ou algo fora do meu entendimento o meu filho nunca contou
episódios nenhuns sobre o ferry ao pai. Na realidade fui a única pessoa a quem
ele sempre contou tudo o que acontecia e com quem ele fala destes
acontecimentos com naturalidade.
Imagem do Ferry
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